terça-feira, 26 de outubro de 2010

Quem matou a praça Roosevelt?

Estávamos eu, Fernando,Pedrão,Hagrid, Jorge e Riquelme, recém chegados em São Paulo, tínhamos acabado de montar nosso sonho uma república na Rua Maria Antonia, já estávamos com tudo no lugar, a nossa casa já estava com a nossa cara, de um lado da sala uma parede colorida do outro uma enorme janela, onde ao invés de cortinas penduramos uma pequena bandeira do Brasil, a final uma das coisas que mais gostamos é a vista desse apartamento se olhamos para frente vemos o prédio João Calvino, lindo prédio do Mackenzie, lá no alto dele uma linda bandeira do Brasil, combinando com a nossa. Se olharmos para rua podemos ver lindas garotas passando, a caminho da faculdade. Um belo dia nós estávamos reunidos na sala o cheiro era de café, uma mania de nosso amigo Fernando, que só acendia pó de café como se fosse incenso, dizia ele: “Quero relembrar minhas origens”. Nesse dia estávamos ouvindo um som, desde Seu Jorge, Marcelo d2, Gabriel o pensador, até Bezerra da silva, não tínhamos mais aula e nem mais o que fazer. Do nada Jorge com sua voz rouca e grossa levanta e fala: “vamos dar um role no centro, quero ver qual que é desse lugar ai!”. Ele que sempre morou em Jundiaí, não sabia a dimensão do centro de São Paulo, eu que sou nascido aqui fui o primeiro a topar, já levantei e comecei a agitar pra todos aceitarem o convite: “Vai levanta vamos todos.” Um por vez foi levantando e vestindo o tênis para irmos.
Pela primeira vez estávamos saindo todos juntos para dar um passeio, não estávamos indo tomar uma cerveja ou indo no mercado comprar comida. Tudo é motivo de risada, até o barulho do elevador antigo do prédio, saindo do prédio encontramos nosso amigo Paulo, esse sim é engraçado, ele é aquele amigo que imita tudo faz as palhaçadas e as loucuras. Começamos uma caminhada a pé para descer a Consolação. Como todos os dias que passamos lá fazemos a mesma piadinha esse dia não teria porque ser diferente, todos nós ao mesmo tempo gritando:
“ESSA POLUIÇÃO SONORA, TEM QUE GRITAR PARA CONVERSAR, VOU PASSAR GELOL NO SACO PRA VER SE FALO MAIS ALTO.”
Todos que estão perto devem pensar, “aonde esse moleques vão? O que estão fazendo?” mal sabem eles que nós estamos indo desvendar os mistérios do centro, conhecer melhor, sobre nossa própria cidade. Passamos na banca de jornal do nosso amigo Felipe e compramos como todos os dias um maço de cigarros cada um.
Fomos em direção ao centro, mas antes disso resolvemos passar na praça Roosevelt, chegando lá vimos a mistura que é aquele lugar, desde lixo, sujeira, mendigos, até a cultura dos teatros, movimentos, e cultura em uma pequena distancia, menos de uma rua separando os dois mundos.O que mais nos alegrou ali foi ter conhecido um senhor, esse senhor de qual não sabemos o nome até hoje, foi como um amigo inesperado, tudo começou com uma simples frase desse pequeno e falador senhor de cabelos grisalhos e roupa velha cheirando a mofo, ele nos parou e com uma cara de demônio e sussurrou: “Quem matou a praça Roosevelt?”
Agente assustou, olhou um pra cara do outro sem saber o que responder para o senhorzinho que parecia ranzinza, e começamos a rir, todos menos Fernando, Fer faz arquitetura e pensou que o velhinho podia saber muitas curiosidades sobre o centro e pediu se ele podia nos acompanhar. O senhor nem pensou e aceitou na hora, nós ficamos meio desconfiados no começo, mas ao longo do caminho Fer e Riquelme foram fazendo perguntas e o senhor mostrou que conhecia mesmo, cada prédio, cada rua ele contava sua história inteirinha, e assim fomos indo até chegar na praça da Sé.Chegando lá nos deparamos com uma grande quantidade de informação tudo aquilo junto vira uma loucura, é gente vendendo ouro, prata e no mesmo lugar gente pedindo dinheiro pra comer, é uma coisa conflitante. Mas o que nos deixou mais chocado foi ver o senhor que nos acompanhava sabia de tudo, quieto por um instante, ele veio conosco e não parou de falar um segundo, com uma lágrima escorrendo olhando um morador de rua, nós não entendemos o motivo do choro, e perguntamos: “está tudo bem com o senhor?” Ele depois de alguns minutos respondeu aquele sentado ali é meu pai e eu não o via cerca de uns 10 anos. Nós fizermos a maior força pra convencer o nosso guia a falar com ele, mas ele relutou até o último minuto. Fomos embora todos menos Jorge, ele ficou lá pra conversar com o que o velho dizia ser seu pai, e descobriu que ele já tinha sido muito rico, perdeu tudo no jogo perdeu até mesmo a cãs em que eles moravam, agora estava morando na Praça da Sé, e jogado as drogas.
Ao mesmo tempo em que Jorge ficou na praça eu e os outros viemos combinando com o senhor que no dia seguinte iríamos passar lá de novo e que iríamos ajudar ele a ajudar a tirar o pai daquela situação. Ele concordou e fomos a caminho da nossa casa, chegamos e não paramos de pensar outra coisa, foram muitos cigarros, cervejas, baseados, pensando em como iríamos poder ajudar o nosso mais novo amigo. Planejamos tudo já tínhamos até pra onde levar o pai dele.
Acordamos no dia seguinte eufóricos, paramos na padaria tomamos um pingado e um pão com manteiga como se não comecemos há alguns dias foi o pão com manteiga mais gostoso que já comi na minha vida. Fomos ao encontro do nosso amigo, chegamos à praça e todos olhando dois corpos jogados a chão, fomos todos em cima correndo passando por cima de quem estivesse na nossa frente, por um instante tivemos certeza que seria o senhor e seu pai. Chegamos perto e ficamos chocados com o que vimos, era os dois mortos, abraçados, Perguntamos a um senhor que parecia abismado com o que via: “quem fez isso?” e ele nos respondeu: “Foi um grupo de skinheads, que matou o senhor e seu pai que haviam se reconciliado a poucas horas por causa de um grupo de meninos que conversaram com eles.”

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Pare e reflita

Epitáfio - Titãs

Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais e até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...
Devia ter complicado menos, trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído?
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...
Devia ter complicado menos, trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr.


Pare e reflita

Faça tudo o que quer fazer mas com verdade!
Antes de fazer tenha certeza de que não irá sofrer depois...
Hoje evito pensar, evito procurar, evito saber...
queria muito saber mas não por mim..
quero que você me procure...
é issoo..